com que voz

as vozes embalaram-me durante anos. as vozes da casa, das paredes, dos que existiam e não existiam. as várias vozes da minha boca. as muitas vozes da imaginação. as vozes seguras. as vozes incertas. sempre, num balanço diário, desde o acordar ao adormecer.
                             
uma sinfonia precisa sempre de uma organização. pegamos nos vários instrumentos e tentamos que, da confusão, nasça uma harmonia. às vezes conseguimo-lo à primeira. noutras, muitos anos se gastam na perseguição desse objectivo.

não canso o meu espantar perante uma coisa bem feita quando o pensamento era ainda tão rarefeito. nem perdoo a preguiça por não ter colocado todos os outros textos acima do nível destes menos maus.

enquanto houver vida, haverá mudança.
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